Relações Públicas:
Conceitos e Práticas

COMUNICAÇÃO INTERNA
Lotus Assessoria de Relações Públicas
INTEGRANTES

BEATRIZ RODRIGUES
CEO

luis paulo
Diretor de Novos Negócios

CAMILA MOTA
Gerente de Projetos

marcela kinoshita
Diretora de Recursos Humanos

giovanna borges
Diretora de Marketing e Branding

Vinicius de carvalho
Diretor de Comuunicação Corporativa
Missão
Explorar as faces da comunicação dentro da companhia com excelência, oferecendo a capacidade de retorno rápido e transmitindo confiança.
Visão
Implantar e aprimorar a cultura de bem-estar nas companhias, identificando oportunidades estratégicas de melhoria nos profissionais e setores.
Empatia
Diversidade
Inovação
Força
Resiliência
Valores

Relações Públicas -
Comunicação Interna
Perfil
Henrique Andrade
Henrique Andrade, bacharel em Ciências Biológicas e Relações Públicas pela Universidade de São Paulo, apaixonado pelas duas áreas e com cursos nacionais e internacionais em comunicação, sustentabilidade e gestão de projetos. Diversidade e inclusão, responsabilidade social e voluntariado também são temas recorrentes em sua carreira e em suas conversas – sempre acompanhadas de um bom café! Na área da comunicação, teve experiências tanto em instituições públicas quanto em ONG’S e multinacionais. Atualmente, é Gerente de Comunicação Corporativa para América Latina no Dafiti Group, liderando as estratégias de comunicação coRelações Públicasorativa, diversidade e inclusão, marca empregadora e relacionamento com comunidades. Empatia, Extroversão e Energia são hashtags de sua vida.
VISÃO SOBRE RELAÇÕES PÚBLICAS
Henrique versou sobre questões extremamente importantes e relevantes para Relações Públicas. Em primeira instância será apresentada a sua visão sobre a área. Segundo nosso entrevistado, é importante que o profissional de Relações Públicas tenha uma visão holística, integrada e estratégica dos processos comunicacionais e de seus públicos, conectando e fomentando ideias que sejam positivamente impactantes para o negócio e para a sociedade. Como Relações Públicas, Henrique procura impactar o maior número de pessoas com uma visão de comunicação integrada e empática, por isso tem como uma de suas expectativas, seguir carreira acadêmica, dar aulas e continuar atuando em empresas. Essa visão está muito conectada com seus objetivos pessoais, de gerar um impacto positivo na sociedade, fomentar transformações e levar minhas bandeiras pessoais por onde estiver.
Quanto ao papel do profissional de Relações Públicas em relação à sociedade, Henrique afirma que “Se levarmos em consideração temas como empatia, afeto e comunicação humanizada, o profissional tem o papel de transformar realidades, criando e fortalecendo pontes/relações entre pessoas, promovendo causas sociais, trabalhando com o agendamento de temas relevantes para transformação social.” E os profissionais de Relações Públicas, que estão em agências de comunicação, e, que atuam como parceiros da estratégia de comunicação do cliente, além da expertise no tema (digital, imprensa, interna…)? Ele respondeu: “ alguns comportamentos são essenciais para o êxito dessa parceria, como por exemplo, entendimento do negócio/setor, olhar sistêmico para além da área de atuação, buscando oportunidades para inovar, criatividade, flexibilidade e adaptação.
Para os estudante e profissionais de Relações Públicas, em início de carreira, Henrique aconselha respeitar o momento e procurar não se comparar com os demais, cada um tem um ritmo e uma jornada e todos tem seu valor, estudar muito, buscar cursos e leituras que embasem suas tomadas de decisão, fazer vários estágios, em áreas de atuação diferente, e ter clareza quanto ao que proporciona prazer e felicidade ao fazer, que combine com propósitos de carreira e vida pessoal. Também sugeriu networking da área, buscar inspirações profissionais e descobrir perfis diferentes de trabalho e liderança. São algumas “dicas” para os estudantes.
A entrevista ganhou uma grande contribuição com o seu olhar sobre a Comunicação Interna das organizações. Para Henrique, a importância da comunicação interna está em tangibilizar a estratégia e as prioridades da empresa para os diferentes níveis de funcionários, materializar símbolos e ritos da cultura organizacional, dá voz aos funcionários, fazer a gestão dos canais e conteúdos para facilitar o diálogo e relacionamento entre pessoas. Ele considera que, para desenvolver uma comunicação de impacto e estratégica para o público interno, é importante ter clareza da estratégia do negócio, prioridades do negócio no momento, clareza da estratégia de comunicação e prioridades da área no momento, conhecer o público interno em profundidade, estar antenado com o contexto da sociedade e do mercado/setor em que a empresa atua. Conversar, dialogar, perguntar o que outras pessoas pensam das ações é fundamental no amadurecimento dos conceitos. Para empresas inclinadas à implantação de uma comunicação interna eficiente, Henrique deixa algumas sugestões:
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Forme um time de comunicação muito qualificado, diverso e focado em alto impacto
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Confie nas decisões do time qualificado para implantação dessa comunicação eficiente
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Não perca de vista o que as outras empresas, concorrentes principalmente, estão fazendo
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Tenha clareza do objetivo: o que é comunicação interna eficiente para a sua empresa e para a liderança dessa empresa?
Henrique mencionou uma questão clássica, que é a presença da área de comunicação interna em um departamento de Recursos Humanos, na visão dele, essa presença está ligada ao momento da empresa, à estratégia da mesma e ao nível de integração da área de comunicação que a organização espera. Dito isso, é importante ressaltar que:
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Geralmente os temas de comunicação interna estão muito conectados com RECURSOS HUMANOS, então o alinhamento flui muito bem com a área internalizada (de novo, isso depende dos pontos mencionados acima)
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Geralmente são profissionais de comunicação que atuam nessa frente dentro do RECURSOS HUMANOS, favorecendo o olhar estratégico da comunicação
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Muitas vezes o distanciamento de departamentos entre interna e externa não é impeditivo para as áreas traçarem estratégias integradas .
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A comunicação precisa se aproximar não apenas da administração/gestão da empresa, mas se relacionar e conhecer todas as áreas existentes na organização. Se nos colocamos como o time/área que define as mensagens da organização e o posicionamento da marca, é fundamental que tenhamos a visão sistêmica e holística para termos êxito em nossos projetos e na estratégia. Sobre a alta administração, trago sempre a perspectiva daqueles que não vivenciaram nossa formação em comunicação - muitas vezes é preciso ensinar, educar a alta liderança sobre o papel da comunicação e como ela pode se posicionar estrategicamente na organização. Educar seria um primeiro passo rumo ao êxito no posicionamento da área.
Ele complementa nos falando sobre os principais entreves que dificultam uma comunicação interna eficaz. São eles: falta de clareza nos objetivos e na estratégia da área, falta de clareza/entendimento sobre o público interno, falta de autonomia da área, ausência ou dificuldade na priorização dos temas e ações, e também, os benefícios que uma comunicação interna proporciona para uma organização: contribuir com a transparência e clareza da estratégia da empresa, seu foco e prioridades, fomentar ritos e símbolos da cultura organizacional, engajar e Inspirar pessoas, apoiar no desenvolvimento de líderes inspiradores e fazer gestão de crises.
Sobre crises, Henrique, expressou a sua opinião: “Sim, nós profissionais de Relações Públicas temos papel estratégico na gestão de crises. Primeiro é importante ter em mente que cada crise é única, falharemos ao usarmos modelos pré-concebidos, receitas prontas para atacar os problemas. Com isso em mente, acredito que as empresas estão evoluindo no olhar de preocupação com a gestão de crise, principalmente crise de imagem/reputação. Isso porque a cada novo caso na mídia percebemos o impacto financeiro de um posicionamento descuidado ou sem planejamento. Um outro ponto importante é que, mesmo não preparadas, elas precisarão enfrentar as crises, então a preocupação deve ser constante, vigilante. Sobre a capacitação de profissionais, vejo a mesma evolução das empresas: temos cada vez mais cursos e treinamentos sobre o tema, profissionais experientes compartilhando aprendizados, e as crises estão se tornando cada vez mais frequentes, o que gera um aprendizado de todo ecossistema de comunicação - tanto posicionamentos corretos quanto os incorretos (julgamento feito pelo público) servem de aprendizado para posicionamento e ações futuras. Por exemplo, em tempos de Covid-19 a área de comunicação é fundamental e estratégica em processos de crise como a pandemia da COVID-19. Trabalhar uma comunicação humanizada, empática, compartilhando informação de forma transparente, dando clareza sobre as dinâmicas coRelações Públicasorativas de forma afetuosa, desenvolvendo planos de gestão de crise, apoiando a liderança em seus posicionamentos, dialogando com os públicos da organização para que, juntos, possam enfrentar esse momento, é fundamental.”
A entrevista ganhou, ainda, uma rica contribuição em outros aspectos que envolvem a Comunicação Interna. Um deles foi à demora na adoção de ações de comunicação interna em empresas de médio e pequeno porte. Sobre esse assunto, destacou alguns pontos:
· momento da empresa: PME muitas vezes estão focadas em crescer ou manter fluxo de caixa, e acabam não priorizando outros temas
· desconhecimento: assim como falei sobre liderança abaixo, é papel dos comunicadores educar e ensinar a importância da comunicação, seja interna ou externa. Se não há comunicadores na empresa, a curva de entendimento pode demorar mais
· “está tudo bem”: a comunicação interna muitas vezes mostra-se necessária durante uma crise; se a empresa não passou por isso, pode achar desnecessário esse investimento
· “todo mundo se comunica com todo mundo”: como muitas PMEs possuem apenas um local de trabalho/escritório/unidade, no qual as pessoas interagem, podem acreditar que os fluxos de comunicação já estão estabelecidos e claros
· histórico: as áreas de comunicação interna surgiram naturalmente em multinacionais, então o processo de avanço para PMEs também se deu como uma “segunda” onda.
Outro aspecto diz respeito à relação entre a Comunicação Digital e a Comunicação Interna. Para Henrique, a tecnologia trouxe ganhos para a comunicação interna, por exemplo, em tempos de distanciamento social, ferramentas de videochamada, redes sociais internas e outras plataformas digitais são grandes aliadas dos comunicadores. Além de facilitarem o contato com os públicos internos, elas dão voz e autonomia para que os mesmos se posicionem, gerando um ambiente de colaboração no qual o comunicador deixa de ser o “grande produtor de conteúdo” e torna-se um curador e facilitador desse caminho de diálogo. É importante apenas ressaltar que os canais digitais não substituem os canais off-line e o valor do diálogo e relacionamento face a face. A criação de novos canais e o fortalecimento do digital é uma tendência que já está no mercado há alguns anos, então para os profissionais de Relações Públicas a abertura para o novo deve ser uma mentalidade presente em toda trajetória profissional. Entender os canais, aprender com o posicionamento de outras marcas, testar hipóteses de engajamento (o meio digital é ótimo para teste de hipóteses porque as próprias plataformas geram relatórios e podemos analisar perfil de públicos) e entender quais canais funcionam para seus diferentes públicos é importante para uma boa estratégia de canais. O olhar de customização da comunicação é essencial para os meios digitais.
Por fim, Henrique diz: ”a comunicação faz parte do processo de gestão organizacional - ela é parte do todo e sua liderança senta junto à mesa de decisões. Assim, a comunicação se faz estratégica e operacional nos processos de gestão, não há dicotomia de funções.

Foto: Divulgação
UM PROJETO EM DESTAQUE
Eu tenho muito carinho por minhas entregas, sei que cada uma ajudou a construir o profissional que sou hoje e também contribuiu com o desenvolvimento do meu time e dos temas em que atuei. Pensando nos destaques, eu pontuaria dois projetos que me marcaram e marcam ainda hoje: o primeiro seria a participação na transformação cultural da empresa - chegar em uma nova organização e construir uma estratégia de engajamento para a nova cultura, com uma nova plataforma de marca que mudou valores e visão por princípios e propósito, perfis de público distintos, evento de lançamento para quatro países, evento em São Paulo no Memorial da América Latina (sou apaixonado por esse lugar)... Tudo isso deu aquele frio na barriga pois sabia do impacto para as pessoas e para o negócio - era o pontapé inicial e o grande guarda-chuva de uma série de transformações que vieram em seguida. Entregar esse projeto, com um time incrível envolvido, me enche de orgulho. O segundo destaque seria a construção dos grupos de afinidade e o apoio diário que dedico para o tema. O grupo mais recente a ser criado foi o DFT Black, focado em desenvolvimento de talentos negros, e me aquece o coração contribuir com essa rede de apoio, de afeto e de representatividade que desenvolvemos e que tenho a imensa honra em liderar. Criar espaços inclusivos é um desafio que vai além das tarefas diárias, ele é um posicionamento que precisamos ter na vida, e me brilha os olhos perceber que consigo reforçar esta postura em meu trabalho.

Foto: Divulgação